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  • Foto do escritorVanessa Silva

A Mudança É Uma (Longa) Viagem

Atualizado: 22 de fev. de 2021

A minha primeira grande mudança, pessoal e profissional, aconteceu entre 2012 e 2015. Em vários momentos. Com diferentes impactos. Que um dia se manifestaram numa decisão. Não de impulso mas de longa reflexão. Não de certeza mas de profunda convição.


1. A reflexão


Em Novembro de 2012 realizei a minha primeira viagem sozinha. E quem viaja sozinho sabe que pouco estamos só. Foram umas semanas pelo Nepal, onde me cruzei com pessoas incríveis. Com quem hoje raramente falo. Mas de quem estranhamente sinto muita falta.


No nosso último jantar juntos, fizemos uma retrospetiva. Algo que escrevi no meu diário de viagem e a que regresso quando me sinto a perder o Norte. Nela enumerámos aquilo a que passámos a dar mais valor. A água quente, os sapatos confortáveis, a liberdade feminina. E o que aprendemos. Que tomamos como importantes coisas que não o são. Que só nos libertando de vaidades e vícios de "primeiro mundo" poderemos ser quem somos.


Photo by Vanessa Costa Silva
Detalhe de Budanah, Kathmandu, Nepal. Photo by Vanessa Costa Silva

Regressei a casa com uma vontade reforçada de mudar algo. De mudar muito. Criei um ficheiro de excel, rodeei-me de pessoas inspiradoras e desenhei os próximos passos. Pelas minhas contas tinha 2 anos para juntar dinheiro e coragem para a minha segunda vida.


2. O emprego


Em Maio de 2013 alcancei a mudança profissional desejada. Regressar ao Continente após alguns anos na Madeira. Um passo importante para a progressão. Mas afinal, não da forma que esperava. Aterrei numa empresa que já não era a minha, a trabalhar de um modo que não gostava e com uma liderança que representava tudo aquilo em que não acreditava.


Vista da Ilha da Madeira a partir da Ilha de Porto Santo. Photo by Vanessa Costa Silva

Ainda não era o momento. Tinha que fazer o melhor possível. E manter a sanidade mental. Decidi investir na minha formação. Comecei uma licenciatura em Psicologia e descobri o Coaching. Paixões que ainda hoje me acompanham e que agora me levam até si. Paixões que me fazem agradecer por este período tão difícil. Que como tudo na vida, passou.


3. A família


Em Dezembro de 2014 nasce a minha sobrinha. Lembro-me como se fosse hoje. Do cheiro a bebé. Da responsabilidade. De tê-la nos meus braços no seu segundo dia de vida. Por alguma razão, talvez por todas as razões, a Irís foi um marco. Questionei a indústria em que trabalhava. Deixei de fumar ao fim de 20 anos, de um dia para o outro. Tomei uma decisão.


Preparei as minhas pessoas para a mudança. A minha Irmã de alma chamou-me louca. Os meus Pais argumentaram contra. O meu Avó refreou o habitual “a vida não é só trabalho”.


4. A rescisão


Em Outubro de 2015 terminei o meu contrato de 12 anos. Foi o fim possível. Depois de um percurso incrível. Ficaram as boas memórias, os bons exemplos e a enorme aprendizagem.


5. A mudança


Em Novembro de 2015 iniciei o meu ano sabático. Viajei muito, por África e pela Ásia. Continuei a minha formação em Coaching. Dediquei muitas horas a consultoria pro bono. Em 2016 criei a minha primeira marca. Em 2017 consegui o meu primeiro cliente. Em 2018 voltei ao mundo corporativo. Pelo meio encontrei o amor da minha vida, cumpri o sonho de cuidar de um cachorro e, juntos, construímos a casa onde queremos viver muitos anos.


Vista sobre a Cratera de Ngorongoro, Tanzânia. Photo by Vanessa Costa Silva

Nada disto foi fácil. Nada disto foi feito de ânimo leve. Foi pensado. Foi planeado. Até aqui correu bem. E acredito que vai continuar a correr. Deu-me força a enorme certeza de que não temos que viver uma só vida. Que muito do que nos dizem ao longo da vida não nos serve. E que temos que ser nós a encontrar o caminho. Não é uma epifania. É uma viagem.


❤️ My life. My decision.


Photo by Toa Heftiba on Unsplash

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